segunda-feira, 15 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Duas bolas...Depois a gente conserta o estrago


Texto perfeito, não resisti e postei...

DUAS BOLAS, POR FAVOR - por Danuza Leão

Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa,contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido.
Uma só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.

Tem vontade de ficar em casa vendo um dvd, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.

E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo “errado”.
Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.
Um dia...
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate...
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.

sábado, 6 de novembro de 2010

O tempo é senhor de todas as coisas...




Custava a acreditar que feridas saravam, que magoas desapareciam, que o choro um dia terminava...Mas não é que o tempo se encarrega de curar todo mal.
O tempo é o que precisamos pra vencer qualquer desventura que surja no caminho.
Quando criança a gente não tem noção nenhuma de tempo, tanto que o sábado demora "um ano" pra chegar, viajem por mais curta que seja, tem sempre aquelas perguntinhas:"Vai demorar?, Tá chegando?"
Na adolescência a vontade de crescer, ser adulto, parece que faz o tempo andar pra trás de tanto que nada acontece. E quando se perde "um grande amor"? Nossa a dor ficará ali para sempre.
O tempo tem certa relatividade: quando estamos assistindo um jogo de futebol, se for bom voa, por outro lado, se for ruim, arrasta-se.
Dores são curadas, tristezas aliviadas, sofrimento esquecido(deixado de ser lembrado, pelo menos), mas tudo requer tempo, nada acontece num passe de mágica, não há aquele botão do liga/desliga. E dar tempo ao tempo, requer paciência, deixá-lo agir pede uma certa dose de sabedoria.
Caminhar apesar da dor, lutar apesar do fracasso, este é o grande ensinamento dos vencedores.
Ser alguém bem resolvido, não é ser alguém sem dor, sem cicatriz, sem história, por que as marcas servem para lembrar que você vencer, que merece estar alí, que apesar do sofrimento o tempo fez a parte dele e que você foi capaz de juntar os pedacinhos, por que viver é sobreviver, afinal as lágrimas semprem encontram no final um sorriso.
Viver cada instante, aproveitar cada pedacinho de vida, deixar que o curso da vida seja por ela feito, aprender a entregar-se por completo, com os males que na vida há, mas com uma certa felicidade em poder estar aqui.
Aprendi a duras penas que:
"Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe."
Um bjo
Cacau Monteiro