






Não me considero uma pessoa fresca, nem mesmo tenho besteira com animais. Pronto, gosto deles, mas eles lá e eu aqui.
Só que há pouco mais de um ano, minha vó deu um presente de tróia pra minhas filhas: Um poodle caramelo clarinho, que a princípio achei que estavam se vingando de mim.
Bem, minhas filhas amaram aquela bola de pelo no primeiro momento e eu resisti, resisti.
Como aquele safadão fazia bagunça.
Roeu meu centro novo e o armario da cozinha, sandálias, destruiu um gatinho de pelúcia, comeu quase todos os meus pegadores de roupa e qualquer coisinha que desse bobeira ele: nhac, nhac...
E os dias foram passando e eu ficava quase sempre com ele, quando as meninas iam pra casa do pai, eu virava babá... E sempre que eu chegava, ele era o primeiro a fazer festinha. Se eu chegasse perto ele já colocava a barriguinha pra cima e eu já sabia: hora do carinho com o pé.
Nunca abri a geladeira sem que ele tentasse enfiar o focinho dentro e nunca consegui pegar nada que caisse no chão da cozinha sem antes ter que lutar pra tirar da boca dele.
Tivemos momentos de crise... Ai, ai... as diarréis, os vomitos, meu corre-corre pro veterinário e as tosas, os banhos, os gastos com ração (sim ele era fresquinho e adorava paté e filezinho) tudo era comigo.
Até de moto ele andava comigo, numa sacola de tecido, ficava quietinho, com a carinha pra fora...Mó barato.
Mas sábado de madrugada nossa história acabou... E eu não consigo ´parar de chorar...Perdi o meu amigo, que tanta raiva me fazia, que eu nem sabia que o amava tanto assim. Pior de tudo, ele foi assassinado, colocaram veneno pra ele e o coitadinho agonizou por quase 4 horas e eu não pude fazer nada.
O tempo cura tudo e sei que vai ficar só a saudade, mas tá difícil.
Fofinho, seu cachorrinho, pq vc foi embora safadão...Tô sentindo tanto, tanto sua falta.
Nunca pensei que seria tarde pra dizer...Te amo!